Conversa com especialista: como a tecnologia para os surdos avançou?
São Paulo 4/3/2021 – O que desejamos é a melhoria da qualidade de vida da pessoa.
Com mais pessoas com perda auditiva e como o tratamento geralmente é o uso do aparelho auditivo, é importante conversar com especialistas sobre o assunto e saber como as soluções estão se desenvolvendo e quais recursos trazem mais benefícios para os usuários.
A perda auditiva é considerada uma deficiência que há a diminuição da capacidade de ouvir os sons. Essa condição pode variar de graus mais leves até os mais importantes, ou seja, até perdas severas ou profundas, quando a capacidade de ouvir já foi em grande parte perdida. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 10 milhões de brasileiros sofrem com perda auditiva e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se um aumento de casos no mundo, com cálculos que chegam a 900 milhões de pessoas com algum grau de surdez até 2050.
Com o aumento do número de pessoas com perda auditiva ocorrendo e como geralmente o tratamento para essa deficiência é o uso do aparelho auditivo, é importante saber como as soluções estão se desenvolvendo e quais recursos trazem mais benefícios para os usuários. A fonoaudióloga especialista em adaptação de aparelhos auditivos Lia Auer Hoshii fala sobre o assunto.
– (P): “Muitas pessoas ainda associam o aparelho auditivo como algo grande e chamativo. Mas como o avanço da tecnologia teve influência no tamanho dos aparelhos?”
– (Lia): “A tecnologia tem avançado em todas as áreas e no mercado dos aparelhos auditivos não é diferente. Podemos fazer uma analogia com os celulares e TVs. Lembram das televisões com tecnologia de tubo? Hoje, elas são bem finas e leves. Para os celulares, a mesma situação. Com a nanotecnologia, há a miniaturização dos componentes eletrônicos. Isso possibilita, para os aparelhos auditivos, o desenvolvimento de modelos menores como o Invisível no Canal (IIC), que como o próprio nome diz, a estética é tão presente que muitas vezes, a solução fica invisível para quem olha de fora. Outro exemplo é de modelos com Receptor no Canal (RIC), o qual os engenheiros reposicionaram uma das peças do aparelho auditivo para ser acomodada dentro do ouvido do usuário. Assim, perdas auditivas de grau severo, por exemplo, que no passado era possível adaptar somente um modelo de aparelho auditivo maior atrás da orelha, agora é possível realizar uma adaptação bem mais estética. E a boa notícia é que o avanço tecnológico está cada vez mais rápido.”
(P): “Além do tamanho dos aparelhos auditivos, houve mudanças com relação a qualidade sonora?”
(Lia): “Sim, tivemos mudanças ainda mais importantes e com embasamento científico. No passado, o fonoaudiólogo tinha acesso restrito para mudar a qualidade sonora do aparelho, sendo possível apenas mudança do volume e definição do grave e agudo, de forma muito limitada em aparelho auditivos analógicos. Hoje, os aparelhos são digitais, o que quer dizer que existe um chip que processa o som para a atender as necessidades do usuário. Parecido com um processador de computador, só que miniaturizado. Então, aquele conceito de que os aparelhos auditivos dão dor de cabeça, tontura ou apitam na orelha não é mais verdade. Com todas as possibilidades de ajuste do aparelho auditivo, dificilmente o usuário terá queixas como as mencionadas. O fonoaudiólogo pode ajustar o som do aparelho para um adulto de uma forma e para um bebê de outra. Tudo isso para melhorar o benefício com o aparelho auditivo.”
(P): “Sabe-se que o aumento no número de casos de pessoas com deficiência auditiva cresce também porque a perda auditiva está acometendo pessoas cada vez mais jovens. Como a tecnologia dos aparelhos auditivos avançou para que inclusive o público com estilo de vida mais ativa possa utilizar os aparelhos sem interferir na sua rotina?”
(Lia): “A tecnologia dos aparelhos auditivos tem acompanhado o comportamento dos usuários e dos eletrônicos no geral. Voltando para a analogia com os celulares, no início eles contavam com recursos bastante limitados, sem internet ou aplicativos. Hoje, o uso do celular abrange muito mais do que apenas chamadas telefônicas, eles são smartphones. O avanço tecnológico nos aparelhos auditivos foi bastante similar, atualmente temos aparelhos auditivos chamados multifuncionais, pois além de amplificarem o som da maneira que a pessoa precisa, eles também se conectam ao celular, TV, computador, assistentes virtuais, eBooks, aplicativos tradução simultânea, sistemas de GPS e permitem ajuste do aparelho à distância pelo fonoaudiólogo. Tudo isso em dispositivos pequenos e recarregáveis para facilitar a utilização. Além disso, para ouvir no trabalho ou em ambientes abertos, existem microfones sem fio, como o Roger, que enviam a fala diretamente para os aparelhos. Então, o usuário possui dispositivos que parecem com fones de ouvido de altíssima tecnologia, com Bluetooth, recarregáveis e que amplificam o som da forma adequada e necessária.”
(P): “Quais os pontos que você considera serem os mais importantes para a escolha de um aparelho auditivo?”
(Lia): “É muito importante que esta escolha seja feita em conjunto com um fonoaudiólogo que trabalhe com reabilitação auditiva e adaptação de aparelhos auditivos. Existem as questões técnicas do quanto o som deve ser amplificado, o ajuste do aparelho, a adaptação ao aparelho na anatomia da orelha do usuário e muitos outros fatores como os recursos do aparelho, que devem ser analisados. E o usuário deve escolher um aparelho que melhore o entendimento das conversas nas situações do dia a dia, no trabalho, na escola e também um aparelho confortável, que diminua o estresse dele em situações mais difíceis de comunicação. Pois no final, o que desejamos é a melhoria da qualidade de vida da pessoa.”
As novidades e tecnologias mencionadas durante a entrevista estão disponíveis em diversas clínicas e centros auditivos com profissionais especializados neste atendimento em todo o Brasil.
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