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15/09/2021

Adoção tardia ganha força com aumento do número de casais homoafetivos no Brasil

Adoção tardia ganha força com aumento do número de casais homoafetivos no Brasil

São Paulo, SP 15/9/2021 – A família é muito representativa já a partir da sua composição. Contribui para refletirmos sobre a forma plural de parentalidade que é possível alcançarmos.

Passados dez anos do reconhecimento das famílias LGBTQI+ pelo STF, adotar crianças mais velhas se mostra uma opção entre os casais que desejam ampliar a família.

Passados dez anos do reconhecimento das famílias homoafetivas pelo STF, o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) identificou 60 mil casais homoafetivos vivendo juntos no país. São registrados em média cinco mil casamentos homoafetivos em cartório por ano, o que representa aproximadamente 0,5% das uniões formalizadas no país.

A formalização dessas famílias têm contribuído para a adoção tardia, de crianças com mais de 5 anos, que são menos procuradas por quem quer aumentar a família. Dado do Cadastro Nacional de Adoção evidencia que 76% das crianças disponíveis hoje nos abrigos têm 5 anos ou mais. 

A família do engenheiro de segurança do trabalho e ambiental, Márcio Toshio Uesugui, de 31 anos, e de Bruno Carramenha, empresário de 36 anos, apresenta essa composição. Eles são pais de Débora, produtora cultural de 22, e Wesley, de 11, ambos frutos da chamada adoção tardia, que é quando as crianças já possuem um desenvolvimento parcial em relação a sua autonomia e interação com o mundo. “Optamos por adotar crianças maiores, com quem tivemos a oportunidade de conviver, por meio do programa de apadrinhamento afetivo, o que nos permitiu nos conhecermos melhor e construirmos uma relação de afeto antes mesmo da decisão de adoção. Utilizamos nossas redes sociais, que conta com mais de dois mil seguidores no Instagram, para abordar a importância da diversidade e da inclusão”, comentou Bruno. 

O casal explica que acredita que expondo sua rotina é possível normalizar a composição homoparental e difundir a adoção tardia. “Nossa ideia é levar informação de forma leve e descontraída, motivar e encorajar a adoção de crianças mais velhas, inclusive por pais LGBTQI+. Ao compartilhar nossa rotina, podemos aproximar os seguidores da nossa realidade, uma oportunidade de quebrar preconceitos e inspirar outras pessoas”explicou Bruno. 

Para a especialista em diversidade Maíra Carvalho é muito relevante a pluralidade familiar como uma quebra de paradigmas e avalia a importância de famílias como a de Bruno e Marcio:  “É muito representativa já a partir da sua composição, com um casal homoafetivo formado por um homem branco e outro asiático, uma criança e uma jovem negra, e ao dividir sua rotina eles contribuem para questionarmos tradições, quebrarmos paradigmas e refletirmos sobre a forma plural de parentalidade que é possível alcançarmos”. 

 

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