Mais de 20% de médicos recém-formados migram para outros estados
19/5/2022 – A maioria dos pacientes que procura por médicos e clínicas faz sua pesquisa buscando geralmente por termos relacionados ao que procura e local que reside
Levantamento realizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) avaliou o registro de novos profissionais da área entre os anos de 2018 e 2021; especialista explica como marketing de busca pode ajudar na fixação de profissionais em suas cidades de origem
Levantamento recente realizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) mostrou que um em cada cinco médicos recém-formados optam por migrar de estado para exercer a profissão. De acordo com o estudo, entre os anos de 2018 e 2021, 22% dos novos profissionais registrados no CFM escolheram se registrar em uma Unidade da Federação diferente de onde se formaram – foram 16.249 profissionais se estabelecendo em outros estados para exercer a profissão em um universo de quase 72 mil egressos das faculdades de Medicina do país.
“A migração interna de médicos é determinada por questões econômicas, sociais e demográficas, há fatores individuais e profissionais associados à decisão de mudar”, afirma Mauro Ribeiro, presidente do CFM. Em sua avaliação, a abertura de escolas médicas ao longo das últimas décadas não foi capaz de induzir a permanência de médicos nos chamados locais de difícil provimento.
Traduzindo em números, houve um crescimento de 258% no número de faculdades de Medicina no país entre os anos de 1997 (eram 85) e 2019 (passaram a ser 305). E se, em São Paulo, houve uma atração de um contingente de quase 4 mil médicos neste período – visto que foram formados 12.812 médicos, mas houve o registro de 16.773 profissionais -, os estados do Acre, Tocantins e Rondônia perderam mais da metade dos seus egressos.
Ainda de acordo com o estudo do CFM, a probabilidade de um médico recém-formado da região Norte se mudar para outro estado após a conclusão do curso de graduação é de 25%, ao passo que no Sul e no Sudeste, o índice é de apenas 7%. No Centro-Oeste e no Nordeste, a taxa é de 13%.
A questão econômica envolvida na migração de profissionais para outros centros urbanos pode se apresentar de diferentes formas. Uma delas, naturalmente, se dá em decorrência da busca por maiores mercados e da viabilidade financeira de clínicas particulares. Para Vinicius Serrano, diretor da Serrano Web – agência de marketing digital que atua no ramo da saúde, focada em clínicas populares e multiprofissionais -, o investimento no chamado marketing de busca pode se mostrar uma estratégia de negócios eficiente para clínicas médicas particulares e profissionais médicos do interior.
“A grande maioria dos pacientes que procura por médicos e clínicas faz sua pesquisa no Google buscando geralmente por termos relacionados a especialidade que procura e a cidade onde está. E os quatro primeiros resultados da procura geralmente são o que chamamos de resultados pagos”, afirma o profissional.
“Este formato de marketing é, atualmente, o que tem gerado maior retorno para médicos e clínicas locais porque amplia muito suas exibições para pessoas que buscam estes especialistas nas cidades onde desejam atendimento, que pode ser, por exemplo, no interior”, completa. De acordo com uma pesquisa do HubSpot, houve um crescimento de 20% no mercado de gestão de tráfego pago em 2021.
Serrano pontua, ainda, que, em cidades pequenas do interior, “é muito difícil que um profissional médico ou uma clínica consiga um bom posicionamento para seu site de forma gratuita nos resultados das buscas feitas no Google”. Sendo assim, o investimento em anúncios no Google Ads possibilita que “a clínica local mostre seu nome e conquiste clientes locais que antes nem visualizavam seus sites nos resultados”.
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