Metaverso poderá contribuir com US$ 3 trilhões para o PIB global em 2031
São Paulo 8/8/2022 – Ainda é uma tecnologia de uso restrito, custos elevados, porém em um futuro não muito distante, devemos ter essa tecnologia mais acessível.
O valor foi calculado por uma consultoria, baseada em uma hipotética evolução do uso dessa tecnologia a partir de 2022, da mesma forma como ocorreu com a tecnologia móvel, em termos de taxa de adoção pelos usuários e o impacto no PIB. O metaverso é um dos resultados da aplicação da chamada Realidade Mista (MR), que, segundo especialista, tem possibilidades de uso em várias áreas.
Um estudo da Analysis Group comparou as possibilidades de evolução do metaverso – tecnologia que proporciona sensação de realidade em interações e espaços virtuais – com a evolução da tecnologia móvel, como o telefone celular, para verificar as possibilidades de contribuição dessa inovação com o Produto Interno Bruto (PIB) global. Em termos de taxa de adoção pelos usuários e impacto na economia, se adotada em 2022, o metaverso poderá contribuir com US$ 3 trilhões em 2031.
O estudo foi financiado pela Meta, empresa de Mark Zuckerberg e que detém o Facebook, Instagram e WhatsApp. A companhia foi rebatizada para o novo nome no final de outubro de 2021, já com a intenção de apostar no metaverso como negócio principal. O anúncio causou alvoroço no mercado e chamou a atenção de grandes marcas que buscam a tecnologia como mais um canal para investir em publicidade.
Se forem consideradas tecnologias inovadoras, o metaverso, mesmo com todas as projeções de crescimento e participação no mercado global, é apenas um exemplo de tecnologias que utilizam a chamada Realidade Mista (RM), que mistura aspectos de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (RA), com possibilidades de uso para além de entretenimento e marketing.
O engenheiro de Comunicações e gerente de Projetos, Allan Danny Monteiro das Chagas, explica que a tecnologia pode ser usada em áreas como educação, saúde, na indústria e no desenvolvimento de jogos. Neste caso, a Realidade Mista tem grande colaboração de um dos aspectos do metaverso, que é a possibilidade de interação social.
“Os exemplos de Realidade Mista em jogos são múltiplos e a tecnologia traz muitos benefícios para esse campo. Um deles é trazer um aspecto social aos jogos virtuais. Outro grande fator que potencializa o crescimento do mercado de RM é a ascensão do metaverso e a disponibilidade de redes 5G”, explica.
Ele acrescenta que com o investimento de gigantes da tecnologia na otimização de hardware, plataformas e usabilidade, para garantir maior acesso, o uso de Realidade Mista pode dar um salto. “Ainda é uma tecnologia de uso restrito, custos elevados, porém em um futuro não muito distante, devemos ter essa tecnologia mais acessível, potencializando o crescimento de um ecossistema único”, aposta o profissional.
A possibilidade de uso na gamificação pode fazer da Realidade Mista uma aliada no setor da Saúde, destaca Allan Chagas. “Profissionais podem visualizar e compartilhar registros e dados de pacientes de uma forma mais imersiva através de infográficos interativos. Também é possível a elaboração de sessões de fisioterapia com aspectos gamificados e acompanhamento automático, dentre outras inúmeras aplicações”.
Na educação, segundo o profissional, as experiências com o uso de Realidade Mista podem ajudar os alunos a aprender enquanto interagem com objetos virtuais. Chagas explica que o aprendizado pode ser potencializado, com os professores podendo ensinar de forma remota com o uso de hologramas e modelos em terceira dimensão.
Possibilidades de uso da RA na indústria são promissoras
Outra área que vem sendo beneficiada com a aplicação de Realidade Mista é a indústria. O engenheiro de Comunicações explica que uma das possibilidades de uso da tecnologia é a criação de plataformas de treinamento de equipes.
“Todos os setores podem se beneficiar da utilização de ferramentas de Realidade Mista no treinamento de funcionários e/ou na geração de inovação. Nas áreas de engenharia, dispositivos de Realidade Mista podem dar aos engenheiros a possibilidade de trabalhar remotamente, fazer modelagem 3D antes que qualquer despesa seja gasta em mão de obra e materiais, por exemplo”, diz Allan Chagas, que tem mais de 20 anos de experiência na área.
Ele acrescenta que, ainda em relação aos treinamentos, o uso de tecnologias imersivas, como as proporcionadas por RA, podem capturar mais facilmente a atenção de funcionários e colaboradores para o conteúdo que está sendo repassado. “A utilização desse tipo de tecnologia potencializa o engajamento e absorção do conhecimento”, comenta, acrescentando que o uso na indústria também passa pelo desenvolvimento de simuladores e modelos 3D para layouts fabris, sistemas de manutenção com assistência remota e guias de montagens utilizando visão computacional.