Inicio > noticias-corporativas > Pessoas pretas têm menos chances de atuarem como líderes em empresas de TI    
23/03/2023

Pessoas pretas têm menos chances de atuarem como líderes em empresas de TI

Pessoas pretas têm menos chances de atuarem como líderes em empresas de TI

Rio de Janeiro 23/3/2023 –

Embora a sociedade pregue um discurso em prol da diversidade, o que acontece neste segmento é diferente

A evolução das tecnologias e a crescente demanda por profissionais da área de TI têm ocasionado mudanças significativas nas empresas brasileiras, com o objetivo de se adaptar ao novo cenário. No entanto, a diversidade, como o respeito às diferentes raças e gêneros, não tem sido priorizada nesse contexto. Na teoria, um discurso adequado a práticas antirracistas, na prática, outra realidade no dia a dia das companhias.

De acordo com o seu último relatório, a McKinsey & Co. estimou que, no ritmo atual, será preciso cerca de 95 anos para que funcionários negros atinjam a “paridade de talentos” no setor privado. Dados do Kapor Center, entre 2014 e 2021, mostraram que a indústria de tecnologia aumentou a representação negra em apenas 1%, que os negros ainda recebem 4% menos do que seus pares e muitas vezes são contratados para funções de nível inferior ao que estão qualificados. 

O talento negro da tecnologia só representa 4,4% das funções do conselho, 3,7% das funções técnicas e 4% da liderança executiva. Esta é uma estatística que indica a necessidade de um trabalho que permita que mais trabalhadores negros tenham acesso à igualdade de oportunidades no setor privado. 

“Por mais que a contratação de pessoas negras para cargos de liderança possa ser um desafio, é necessário que as empresas brasileiras de TI passem a prezar pela diversidade e inclusão no mercado de trabalho. Não somente isso, é preciso que essas empresas iniciem programas de capacitação, desenvolvimento e formação de pessoas negras, para que elas possam ocupar cargos de liderança com mais facilidade e frequência”, explica Adriano Jeremias, especialista em Sistemas de Informação e palestrante em liderança empresarial.  

Tendo atuado há mais de 15 anos na área de tecnologia, Adriano, também mentor do Instituto Gente e líder de equipes multifuncionais no Instituto Semear, defende que as empresas passem a absorver mais a mão de obra preta qualificada para que estas possam contribuir com suas experiências, habilidades e conhecimentos no crescimento dos negócios em TI e consequentemente na melhoria da vida de pessoas pretas. 

Embora muitas empresas tenham adotado discursos comprometidos com a igualdade e a equidade de gênero, a realidade mostra que esses princípios não são praticados eficazmente e ainda são muito tímidos. Dados do IBGE informam que a renda média mensal dos trabalhadores brancos é de R$ 3.065,00, já a dos trabalhadores negros é de R$ 1.721,00. 

Website: https://www.linkedin.com/in/adrianojeremias