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01/09/2023

Incentivos federais podem gerar fazendas autossustentáveis

Incentivos federais podem gerar fazendas autossustentáveis

1/9/2023 –

Foco do novo plano Safra na implantação de sistemas sustentáveis pode contribuir para o crescimento do uso de energia fotovoltaica no setor agrícola, prevê especialista do setor

O novo Plano Safra para 2023-2024 anunciado pelo governo federal neste mês tem foco na sustentabilidade e conta com mais incentivos a sistemas de produção agrícola ambientalmente sustentáveis do que a edição anterior. O Plano Safra tem como objetivo apoiar o setor agropecuário, oferecendo incentivos financeiros para produtores rurais de todos os portes.

O programa deste ano disponibiliza um total de R$ 364,22 bilhões em crédito rural para investimento no setor agropecuário, valor que é 26,8% maior que o montante destinado no plano passado. São 13 programas de financiamento que incentivam a modernização e a inovação das atividade produtivas, como o Inovagro, que é destinado a investimentos em inovações tecnológicas, e o Moderagro, que inclui incentivos à conservação ambiental.

Um destes 13 programas, o Renovagro (Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) é divido em três categorias e estabelece um financiamento de até R$ 5 milhões para recuperação de reservas legais e implantação de sistemas de energia alternativa. Outros tipos de incentivo voltados à conservação ambiental são a redução de taxas de juros para incentivar a recuperação de pastagens e premiação financeira para produtores rurais que adotam práticas agropecuárias sustentáveis.

Rumo à autossuficiência energética do agronegócio

Um dos sistemas de energia alternativa que pode se beneficiar dos incentivos do Renovagro é a energia fotovoltaica. Sue Ellen Lourenção, diretora administrativa e financeira da iLuminus Energia Solar em Patrocínio (MG), explica que “ao oferecer subsídios, créditos ou descontos fiscais para sistemas de energia alternativa, o governo facilita o acesso dos agricultores a sistemas agro-fotovoltaicos”. 

Ela aponta que o foco na sustentabilidade dessa edição do plano pode ajudar a promover a autossuficiência energética das fazendas, “ao combinar a produção agrícola com a geração de energia limpa, oferecendo diversos incentivos para o uso de energia solar na fazendas, como linhas de crédito específicas, capacitação técnica, fomento à pesquisa, entre outros”

Segundo os dados mais recentes da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o setor rural responde pelo consumo de 14.7%, em potência instalada, da energia solar fotovoltaica distribuída no Brasil. Para comparação, o setor industrial corresponde a 6,8%. No total, são 176.605 sistemas de iluminação fotovoltaica instalados no setor rural. 

Neste setor, a energia solar pode ser empregada com diversas finalidades, desde as mais simples, como iluminação e refrigeração, até na alimentação de sistemas de automação e monitoramento de colheitas. Em todos os casos, a possibilidade de gerar, na própria fazenda, a luz que é consumida na produção contribui para reduzir os custos operacionais e a dependência de fontes convencionais de energia.

Para Lourenção, o investimento em corrente solar é interessante para o agronegócio pela natural redução de custos, que será potencializada pelos incentivos do novo plano Safra. “A energia solar pode fortalecer o agronegócio através do Plano Safra, com esse incentivo à implantação de um sistema que tem custos mais baixos, além de ser uma fonte limpa de iluminação que ainda pode valorizar a marca do produtor e oferecer uma fonte adicional de renda com a venda de excedentes”. Isso resultaria, segundo ela, no crescimento sustentável do setor.

Segundo dados acumulados da ABSOLAR desde 2012, a energia solar fotovoltaica já gerou mais de R$ 155,6 bilhões em investimentos no Brasil e já evitou a emissão de mais de 40,6 milhões de toneladas de CO2. “Podemos esperar por fazendas autossustentáveis, gerando mais energia limpa e emitindo menos carbono, e que têm maior produtividade devido aos reduzidos custos operacionais”, finaliza Lourenção.

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