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04/01/2024

Brasil pode se transformar em polo de talentos de TI, apontam estudos do setor

Brasil pode se transformar em polo de talentos de TI, apontam estudos do setor

São Paulo, SP 4/1/2024 – O número de talentos de tecnologia tem crescido não só no Brasil, mas também em países como Argentina, Colômbia e México.

Com mercado avaliado em US$ 45,5 bilhões, país conta com mão de obra qualificada, além de startups e grandes empresas globais de tecnologias

Com mão de obra qualificada e presença de startups e grandes empresas globais de tecnologia, o Brasil tem potencial para se transformar em um polo de talentos de tecnologia. Foi o que apontou estudos e de empresas privadas e associações do setor. Segundo a pesquisa Mercado Brasileiro de Software: panorama e tendências, realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes), o Brasil possui um mercado robusto de TI, avaliado em US$ 45,5 bilhões (R$ 225 bilhões).

O montante movimentado pelo setor posiciona o país como líder do setor na América Latina, seguido por México, Colômbia e Argentina. Esse total é dividido entre os segmentos de hardware (US$ 24,6 bilhões), softwares (US$ 11,6 bilhões) e services (US$ 8,8 bilhões).

O estudo revelou ainda que existem cerca de 33.475 empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção de software, distribuição e prestação de serviços no mercado nacional, e mostrou que 64,6% delas têm como atividade principal o desenvolvimento e a produção de software ou prestação de serviços.

Além disso, existem mais de 8 mil empresas somente de desenvolvimento de software, e aproximadamente de 93,6% podem ser classificadas como micro e pequenas empresas. Por outro lado, 65% das gigantes do setor estão localizadas no país, como IBM, Google, Microsoft, Amazon, Meta e Dell.

Já a pesquisa Software Development Outsourcing in Brazil – A Comprehensive Report (Terceirização de Desenvolvimento de Software no Brasil – Um Relatório Abrangente), realizado pela Tecla, empresa norte-americana especializada em recrutamento e seleção de profissionais de tecnologia, destacou que o Brasil é o maior formador de talentos em tecnologia da América Latina. São mais de 500 mil profissionais participando do desenvolvimento de software offshore.

O país forma cerca de 200 mil profissionais anualmente em institutos de tecnologia. Os números colocam o Brasil como um mercado de talentos emergente para empresas norte-americanas, que buscam terceirizar serviços ou tarefas de tecnologia visando mais eficiência, agilidade e menor custo.

“Trabalho nesse campo há mais de doze anos. Durante esse tempo, presenciei pessoalmente que o número de talentos de tecnologia tem crescido não só no Brasil, mas também em países como Argentina, Colômbia e México. Também vi nossa indústria crescer globalmente. Hoje um dos players que fazem outsourcing de tecnologia global é a Índia, que tem mão de obra qualificada e barata. Mas muitas empresas preferem estar mais próximas e com fuso horário semelhante”, explica Vinicius Aleixo, sócio-diretor da Tordesilhas Capital.

Com 123 institutos nacionais de ciência e 400 incubadoras, o Brasil possui algumas das melhores instituições de TI do mundo, incluindo seis universidades brasileiras entre as 500 mais bem colocados no US News & World Report, tradicional ranking de instituições acadêmicas dos Estados Unidos: Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

“A principal barreira para esses profissionais trabalharem em empresas dos EUA ainda é a língua. Os brasileiros precisam ser capazes de se comunicar em escala global para competir e, portanto, aprender inglês é de extrema importância. No entanto, não há dúvida de que houve uma evolução nos últimos anos”, avalia Aleixo.

Startups e empresas globais de tecnologias

Com experiência em assuntos envolvendo grandes companhias globais de tecnologia e de consultoria para serviços de tecnologia na América Latina e no mundo, Aleixo reforça que o investimento da Globant, consultoria global focada em negócios digitais e de tecnologia, deverá impulsionar a contratação de desenvolvedores no Brasil e países vizinhos.

Criada em 2003, na Argentina, a Globant anunciou recentemente aporte de US$ 1 bilhão na América Latina, visando fortalecer a sua atuação na região. A empresa é uma das principais líderes em transformação digital na região, e possui clientes globais como Google, Electronic Arts e Santander, entre outros. São mais de 27 mil funcionários em 25 países.

O Brasil é reconhecido por uma bem-sucedida comunidade de startups e desenvolvedores. A taxa de inicialização é de 10,2%, ligeiramente inferior à taxa dos Estados Unidos, de 10,7%. O país hospeda cerca de 13 mil empresas iniciantes e 16 unicórnios tecnológicos, incluindo empresas como C6 Bank, Quinto Andar, Loggi e Nuvemshop, dentre outras.

“A comunidade de startups no Brasil é muito próspera e conta com inúmeros parques tecnológicos em várias regiões do país, em cidades como São José dos Campos, Campinas e Ribeirão Preto. Grandes empresas perceberam esse potencial do Brasil e cultura de startups no Brasil continuará a fazer avanços reais no cenário global”, destaca Aleixo.

 

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