Implicações Nutricionais do Sistema Imunológico no Exercício
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O sistema imunológico é capaz de reconhecer e defender o corpo contra organismos estranhos presentes no meio ambiente, por isso requer grande comunicação e coordenação entre tecidos, células e moléculas mensageiras existentes no corpo humano.
A prática de exercícios prolongados e treinamentos intensos, seguidos de períodos insuficientes de recuperação, pode provocar depressão do sistema imunológico, tornando os atletas mais susceptíveis a processos infecciosos, os quais podem ocorrer durante este período de imunidade alterada (que pode variar no mínimo entre 3 e 72 horas, dependendo do parâmetro imunológico medido, tipo, duração e intensidade do exercício).
Existem várias teorias na nutrição esportiva que estudam possíveis relações entre a diminuição e oferta de determinados nutrientes na resposta imunológica. As principais estão relacionadas à suplementação de carboidratos, glutamina e vitamina C.
Do ponto de vista científico, a mais fundamentada das teorias diz respeito à oferta de carboidrato, pois sabe-se que a redução nos níveis plasmáticos de glicose está associada à ativação do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal, maior liberação de hormônio adrenocorticotrópico e cortisol, maior concentração plasmática de hormônio do crescimento, diminuição da insulina e efeito variável nos níveis de epinefrina sangüínea. Essa associação entre hormônios estressores e a resposta imunológica no exercício prolongado sugere que ingestão de carboidratos pode manter os níveis plasmáticos de glicose, atenuar o aumento nos hormônios estressores e, portanto, diminuir as alterações na imunidade. Esta teoria tem sido demonstrada por diversos estudos realizados com atletas de endurance, em modalidades como o triathlon, ciclismo e maratona.
A diminuição da concentração de glutamina durante e após o exercício é tida por muitos estudiosos como a causa metabólica da depressão do sistema imune induzida pelo exercício. Esse aminoácido é, juntamente com a glicose, o principal substrato energético para as células do sistema imunológico. É produzido basicamente pelo músculo esquelético, e o estresse muscular induzido pelo exercício pode diminuir a produção de glutamina, gerando conseqüentemente a depressão da função imune.
Diversos estudos procuram relacionar as alterações na concentração de glutamina no plasma sangüíneo ao exercício, e algumas formas de suplementação antes, durante e depois tem sido estudadas com a intenção de reverter a diminuição da concentração de glutamina que ocorre após o esforço. Muitas vezes a suplementação oral de glutamina falha em aumentar sua concentração plasmática, e apesar de existirem indícios de que a suplementação poderia amenizar os efeitos deletérios do sistema imune no exercício, a suplementação ainda não é justificada.
Outra causa comum que acarreta danos fisiológicos no organismo durante o exercício é a produção de radicais livres, que tem efeito deletério em células e tecidos – processo chamado de estresse oxidativo. O organismo possui um sistema de defesa antioxidante, sendo a vitamina C importante para combater esses radicais livres. Estudos duplo-cego com ultra-maratonistas sul-africanos têm demonstrado que a suplementação com vitamina C está associada a baixos registros de sintomas infecciosos das vias aéreas superiores. No entanto, para se concluir a eficácia da suplementação, mais estudos são necessários.
A seguir, listamos alguns alimentos que podem ajudar na manutenção do sistema imunológico do atleta:
Alimentos fontes de carboidratos:
Pães, massas, tubérculos, cereais.
Alimentos fontes de glutamina:
Carne, soja, leite e seus derivados. ·
Alimentos fontes de vitamina C:
Frutas como abacaxi, laranja, morango, mexerica, limão, acerola, kiwi, goiaba.
Fonte: RG Nutri