Sem-tetos ocupam pela 2ª vez Fazenda Modelo Universitária da FACISA

Itamaraju – Na Fazenda Modelo Universitária, que fica localizada as margens da rodovia BR-101, desenvolvem-se, diversas iniciativas e projetos voltados à conservação, à educação ambiental e ao desenvolvimento local com responsabilidade social.

Adquirida em 2006, a propriedade tem 10 Hectares e foi escolhida com esse propósito – produzir material educativo, considerando os aspectos sociais e econômicos de Itamaraju e região –.

De acordo com o diretor da FACISA/CESESB Jackson Cordeiro “a Fazenda Modelo Universitária é na verdade uma Escola a céu aberto é um laboratório de experiências. A implantação de ações educativas e preservacionistas é a forma de integrar o desenvolvimento sócio econômico do Extremo Sul da Bahia com a sustentabilidade regional.”

Assim, a FACISA, por estar localizada no Município de Itamaraju, considerado porta de entrada para o Parque Nacional Monte Pascoal, entendeu a necessidade de estruturação de uma política ambiental institucional desenvolvida através de projetos e praticas no âmbito da educação ambiental, preservação e sustentabilidade.

E a partir do ano de 2011, vem sendo construído o projeto de educação ambiental, preservação e sustentabilidade denominado Eco-Facisa que agrega também uma área de mata primária “Floresta ombrófila densa” com um hectare de extensão, mantida como área de preservação da Floresta Atlântica.

Jackson Cordeiro, que é Coordenador da FACISA diz que instituição irá sofrer serias sanções, caso as metas não sejam cumpridas “é uma orientação do MEC que toda instituição de ensino superior tenha programas e projetos de educação ecológica. Nós temos três projetos registrados no MEC, que eram desenvolvidos no local, e foram destruídos parcialmente”, enfatiza o Coordenador.

A preocupação de Coordeiro é evidente, isso porque, no próximo mês de março, uma comissão do MEC vai estar na FACISA para fiscalizar os projetos que eram tocados pela instituição. “Estou apreensivo porque esses fiscais irão chegar e não vão encontrar nada na Fazenda Modelo Universitária, os nossos projetos que foram registrados junto ao MEC foram destruídos com a ocupação. E eu não sei o que pode acontecer com a FACISA?”, explica.

A área foi ocupada por cerca de 200 famílias de baixa renda que alegam não possuir moradia própria. Lembrando que essas pessoas foram aquelas mesmas, que foram expulsas do terreno da Delfa pelo o Prefeito Pedro da campineira.

A 1ª ocupação da Fazenda Universitária aconteceu em dezembro de 2015, os ocupantes deixaram o local depois que o Juiz Rafael Siqueira Montoro, expediu mandado de reintegração de posse no último dia 15 de Janeiro de 2016, sendo notificados os ocupantes e a posse devolvida à instituição de ensino. A reintegração aconteceu de forma pacífica.

Essa é a 2ª vez que a Fazenda é ocupada. Os sem-teto, que ocupam o local desde a tarde de segunda-feira (15), fazem duras criticas ao Prefeito Pedro da Campineira. Por unanimidade, contaram-me que nada disso estaria acontecendo se o Gestor tivesse compromisso social.

Segundo um sem-teto, ele chegou a procurar a Prefeitura para se cadastrar “mais o negócio lá é pura politicagem”, e continua “eles dão casa para quem não precisa, enquanto a maioria das pessoas, assim como eu, não tem para aonde ir”.

O Coordenador da Facisa e Professor – Jackson Cordeiro admitiu ao Radar 830 que todas as providências jurídicas já foram tomadas e que a posse será restituída. “Tudo é uma questão de tempo, segundo nos informou a nossa acessória jurídica.”, Finaliza.

Por Cona San