Logística prejudica guaraná baiano
A Bahia, mesmo sendo o maior produtor de guaraná do Brasil, com uma safra de 2,7 milhões de toneladas em 2010, contra 747 mil toneladas do Amazonas, não consegue se firmar como beneficiadora do produto. É no Amazonas que grande parte da produção baiana vai parar, alcançando valorização de até 150%. Antes do processo de beneficiamento no Amazonas, o preço médio do quilo de guaraná baiano varia entre R$ 7 e R$ 10, segundo dados da Seagri. Após, chega aos R$ 25.
O nosso problema é de logística. A distância entre o município de Taperoá (baixo sul), onde está concentrada a produção, e Alagoinhas, onde está uma fábrica de refrigerante da Schin, potencial consumidora do guaraná, é de 260 km. O trajeto poderia ser feito em três horas e 15 minutos, segundo sugestão do Google Maps. A realidade, entretanto, é outra: a produção baiana faz uma viagem de 6,9 mil km para ser aproveitada pela fábrica. “É do baixo sul para Salvador, depois vai de navio até Belém, depois para Manaus e lá ainda tem que fazer uma outra viagem até Maués, no Amazonas, antes de voltar para a Bahia”, descreve o secretário da Agricultura, Eduardo Salles.
Encurtar o caminho, embora necessário, não é fácil. “Essa logística custa muito caro ao produtor, é preciso organizar essa cadeia”, diz Salles. A Seagri, em parceria com a Secretaria de Indústria e Comércio, já estaria finalizando um projeto para a agroindustrialização do guaraná baiano. A ideia é não só beneficiar o guaraná aqui, mas fomentar a produção de qualidade para outros produtos, além de refrigerante. “A indústria de refrigerante não absorve toda a produção”, pondera. Com informações do jornal A Tarde.
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