Salário mínimo não deverá passar de R$ 680 em 2013
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O Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 — soma das riquezas produzidas no país, cujo crescimento despencou de 7,5% em 2010 para 2,7% — deverá ter efeito no bolso do trabalhador em 2013. A previsão é que o valor reajustado do salário mínimo, no ano que vem, não passe de R$ 680 — segundo o economista José Dutra Sobrinho. Isso porque o PIB é considerado, assim como a taxa oficial de inflação, ao se fixar o percentual de aumento do piso. Para se chegar ao índice, considera-se a variação inflacionária do ano anterior e o PIB de dois anos antes.
— Este ano, tivemos um reajuste de cerca de 14%, porque o PIB (de 2010) foi de 7,5% e a inflação (de 2011), de 6,5%. Mesmo que a inflação permaneça no mesmo patamar em 2012, o reajuste do salário mínimo em 2013 deverá ser de, no máximo, 9,2%, por conta desse crescimento bem menor do PIB (no ano passado). Mas é capaz que nem chegue a isso. A aposta é que fique em torno dos 7,5% a 8%, porque a inflação não deve subir tanto — explicou Dutra Sobrinho.
O economista do Ibmec Nelson de Sousa concorda que o reajuste do mínimo em 2013 deverá ficar bem abaixo dos 14,13% concedidos este ano:
— É uma decisão técnica e política. Como este ano não tem eleição presidencial, o governo deve deixar para dar um aumento maior depois.
Sobre a Selic, a taxa básica de juros da economia, Nelson de Sousa prevê uma leve redução, ficando entre 9% e 9,5% ao ano, até o fim de 2012. Atualmente, a taxa está em 10,5%, com tendência de queda na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada hoje.
Esforço para crescer 4% este ano
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou — logo após a divulgação do resultado do PIB brasileiro em 2011 — que o governo tomará novas ações ao longo deste ano para garantir um crescimento mais forte da economia. Segundo o ministro, A União fará tudo o que for necessário para o país crescer 4% em 2012.
O arsenal de medidas inclui diminuição de impostos em segmentos estratégicos do setor produtivo, incentivos para investimentos e ações para estimular o crédito e o consumo das famílias, além de maior redução das taxas de juros.
— Sempre é possível criar estímulos que podem ser fiscais ou monetários. No ano passado, ficamos mais contidos, por causa do cenário inflacionário. Estou tranquilo que, com os instrumentos que temos, vamos conseguir fazer o que precisamos — afirmou Mantega.
Antes do anúncio do PIB, a presidente Dilma Rousseff comentou em Hanover, na Alemanha, que vai “trabalhar ativamente para aumentar o crescimento do Brasil”. Ela culpou a crise dos países ricos pela desaceleração das economias emergentes, como o Brasil.