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26/09/2011

Saúde: Gordura Ruim em Gordura Boa?

Saúde: Gordura Ruim em Gordura Boa?

As gorduras constituem aproximadamente 34% da energia da dieta humana. Ricos em energia (9kcal/g), os lipídios podem fornecer adequada quantidade de energia com consumo razoável. A gordura da dieta é armazenada nas células adiposas, e essa capacidade dos seres humanos de estocar gordura (gordura estrutural) faz com que possam sobreviver por certo tempo sem alimentos. As gorduras têm outras importantes funções, como proteção dos órgãos, manutenção da temperatura corporal (gordura subcutênea), proteção dos ossos contra pressão mecânica. A gordura da dieta auxilia na digestão, absorção e transporte das vitaminas lipossolúveis. Na indústria de alimentos é utilizada para dar palatabilidade, e atrair os consumidores, que parecem possuir um paladar acentuado por gordura (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2002).

O passado evolutivo dos seres humanos pode explicar essa predileção pelas gorduras, que hoje é um dos fatores que contribui para tornar as Doenças Crônicas Não Transmissíveis e, principalmente as doenças coronarianas, problemas de Saúde Pública nos países industrializados. Em épocas de escassez de alimentos os genes “poupadores” (que favorecem o acúmulo de lipídios) foram selecionados evolutivamente, e hoje, com a enorme oferta de alimentos, esses genes continuam agindo e são apontados como um dos facilitadores das “epidemias” modernas, como obesidade, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e doenças coronarianas (TEMPLETON, 1996).

Esses fatos levam hoje a importantes discussões e novos estudos sobre as gorduras, seu consumo, e necessidades pelos seres humanos. Sabe-se atualmente das diferenças estruturais entre os ácidos graxos, que tornam alguns “benéficos” e outros “maléficos” à saúde. E, além das diferenças entre as gorduras que consumimos, sabe-se que existe diferença no modo como as estocamos.

Existem diferentes tipos de gordura; além da gordura branca, cuja função é acumular energia no corpo, o organismo produz também a gordura marrom, que auxilia a queima de calorias (gerando calor corporal) (CYPESS et al, 2009).

O fato de que os seres humanos podem produzir a gordura marrom já é comprovado; a novidade é que a gordura ruim (branca) pode transformar-se em gordura boa (marrom). É o que discute o estudo White to Brown Fat Phenotypic Switch Induced by Genetic and Environmental Activation of a Hypothalamic-Adipocyte Axis de setembro de 2011.

O estudo foi feito em modelo animal, os cientistas demonstraram que a transformação da gordura branca em marrom ocorre através de cascata bioquímica que se inicia no hipotálamo (área cerebral envolvida no balanço energético) e termina nas células adiposas brancas.

Na pesquisa, todos os animais foram submetidos a ambientes com abundancia de alimentos e água (como a maioria dos seres humanos vivem atualmente), sendo que o grupo que teve maiores desafios físicos e sociais, num ambiente mais “rico” apresentou a transformação das gorduras ruins em gorduras boas. Os resultados do estudo abrem novas portas para pesquisas que busquem modos de promover a ativação farmacológica da via hipotalâmica, além de comprovar mais um dos inúmeros benefícios de um estilo de vida mais ativo.

Fonte: RG Nutri

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