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10/02/2015

Vai beijar muito no Carnaval? Saiba os riscos desta prática

Vai beijar muito no Carnaval? Saiba os riscos desta prática

beijo-carnaval34O Dia Internacional do Beijo é celebrado somente em abril, mas os baianos e turistas que visitam Salvador durante o Carnaval preferem comemorar a data já em fevereiro. É nesta época de festa, calor e cerveja que as pessoas se sentem mais soltas e dispostas a encontrar o beijo ideal em meio a dezenas (ou centenas) de bocas disponíveis na avenida.

A tradicional beijação já foi tema de diferentes músicas carnavalescas, como “Ficar com você”, do Cheiro de Amor, que resume bem o espírito libertador da folia: “Já beijei um, já beijei dois, já beijei três/ Hoje eu já beijei e vou beijar mais uma vez”.

Se tudo são flores (e beijos) durante os sete dias de Carnaval, é depois deste período que podem surgir consequências indesejáveis para a saúde bucal. Inúmeras são as doenças transmitidas através da saliva e que encontram na multidão o ambiente ideal para se proliferarem.

Os problemas variam de cáries e gengivite (inflamação na gengiva) até as doenças causadas por vírus e bactérias, como mononucleose (conhecida como a “doença do beijo”), sapinho (candidíase oral), herpes labial e sífilis, estas últimas classificadas como Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

Além destas, há ainda uma discussão na literatura médica sobre a possibilidade de transmissão do vírus da Aids, o HIV, por estas condições. Apesar de muitos especialistas defenderem que não é possível o contágio por meio oral, outros afirmam que há uma pequena chance disto acontecer, se as duas pessoas envolvidas possuírem alguma ferida na boca.

O estudante universitário Ivo Lima, de 24 anos, é um destes foliões que gostam de aproveitar a festa em tudo o que ela tem para oferecer. Segundo ele, é comum beijar de duas a quatro pessoas por dia quando está acompanhado dos amigos. Apesar de não sair na intenção do beijo, Ivo afirma que sempre acontece e tem consciência dos riscos desta prática.

“É um risco beijar nessas festas, e todos sabem pois ninguém é criança. Tanto que, no ano passado, na segunda-feira de Carnaval, tive uma inflamação na garganta”, ressalta.

O dentista e cirurgião bucomaxilofacial Igor Fernandes explica que a maioria das doenças possui um período de incubação, o que significa que os sintomas físicos aparecem alguns dias após o contágio.

“A pessoa que curte todos os dias normalmente perde noite, bebe e se alimenta mal. Por isso, algumas doenças já se manifestam nos últimos dois dias de Carnaval. Elas aparecem quando o paciente tem baixa imunidade, o que acontece bastante nestas festas. Outras doenças possuem um período maior de incubação, que pode ser de 30 a 45 dias”, revela o especialista.

O dentista Igor Fernandes ressalta a importância de um tratamento preventivo, para que o paciente não tenha que solucionar os problemas pós-Carnaval. Segundo ele, a cárie, gengivite, mononucleose e sífilis podem ser curadas. Já a herpes – cujo vírus se modifica – não tem cura, mas há medicamentos que inibem os efeitos e diminuem as feridas.

A melhor prevenção ainda é evitar o beijo, ter um parceiro fixo ou “encontrar alguém com o certificado”, brinca o dentista. Se, para alguns, a abstinência parece ser uma meta quase impossível durante o Carnaval, para outros ela é uma prática recorrente.