Programa Empresários de Sucesso entrevista jornalista Heloísa Paiva
São Paulo, SP 9/9/2021 – Estar na mídia de forma positiva, levando informação de qualidade, é um modo muito proativo de combater mensagens oportunistas e fake news.
À frente da agência Press Página, que acaba de completar 20 anos, a jornalista fala sobre os principais desafios ao longo dos anos – com destaque para a crise instaurada pela Covid-19 nos últimos 18 meses.
Em breve o programa Empresários de Sucesso, veiculado pela BandNews, trará uma entrevista com a jornalista Heloísa Paiva, que fundou a Press Página há 20 anos. Mas é possível acompanhar desde já algumas curiosidades do bate-papo.
Para começar, o programa destacou que os tempos atuais estão bem atípicos e perguntou o que faz com que a diretora da Press Página sinta-se uma empresária de sucesso. Heloísa, então, respondeu que, em linhas gerais, o que a faz sentir o gostinho do sucesso – mesmo numa época tão difícil do ponto de vista emocional, social e econômico – é ter definido quem são e o que querem entregar desde muito cedo. “A Press Página nasceu como um spin-off de uma agência que queria crescer, a Ex-Libris. Em cinco anos conquistou autonomia e não parou mais. Nosso formato é de agência-butique, com atendimento personalizado, muito próximo das questões centrais de cada cliente que atendemos. Grosso modo, é como se cada empresa tivesse um diretor de comunicação à sua disposição, sem ter de desembolsar um alto salário para isso. Melhor, pode contar com toda uma equipe pensando em como melhorar seu conteúdo, imagem e credibilidade. Nossa equipe é bem-formada e enxuta. Por outro lado, acreditamos no formato ‘Lego’, ou seja, a gente conta com bons parceiros que nos permitem aumentar bastante a equipe e a entrega de serviços de acordo com a demanda. Neste aniversário de 20 anos devemos agradecer primeiramente por estarmos bem, depois por termos nos adaptado rapidamente ao trabalho descentralizado – mantendo o espírito de equipe. Nosso trabalho de comunicação interna foi irretocável e logo derrubou o ditado ‘longe dos olhos, longe do coração’. Em nenhum momento nossos relatórios de desempenho identificaram qualquer instabilidade. Ao contrário, continuamos ocupando os espaços editoriais desde os primeiros meses de 2020. O que mudou foi a abordagem”.
Questionada quais foram as mudanças sentidas na comunicação corporativa nestes últimos 18 meses, a diretora de comunicação respondeu que, de início, houve um medo paralisante. “Existe o medo individual, o medo coletivo e o medo institucional – este último deve ser controlado imediatamente para que não haja perda de oportunidades simplesmente porque a empresa resolveu se ‘recolher’. Em tempos de crise, mesmo não sendo a melhor aposta, muita empresa de pequeno ou médio porte reduz orçamento de marketing e assessoria de imprensa. No nosso caso, até mesmo um consagrado hospital de olhos que atendíamos há 18 anos resolveu suspender o contrato. Mas a gente acredita que a comunicação representa um dos investimentos mais importantes do ponto de vista de credibilidade e reputação. É na crise que algumas marcas crescem ainda mais, justamente porque não se amedrontam e tomam para si a visibilidade que os outros perderam por receio ou para economizar pouca coisa.
Sob nenhum aspecto, deixar de existir publicamente é a decisão mais acertada em momentos difíceis. Quem continuou, viu o leque de temas de interesse aumentar. Se antes uma empresa costumava fazer doações e isso já não era mais do interesse da grande imprensa, agora há todo um respaldo da mídia para ações solidárias, para empresas que realmente se preocupam com as famílias dos colaboradores, com o que as pessoas estão comendo, com a saúde mental de colaboradores e com a situação das comunidades do entorno. Enfim, nunca antes a responsabilidade social foi tão reverenciada pela imprensa”.
Por fim, o programa Empresários de Sucesso questionou os principais motivos para empresas de todos os tamanhos e segmentos investirem em assessoria de imprensa mesmo em tempos difíceis. Segundo a jornalista, é possível resumir em quatro pontos principais:
1. Reputação, que é algo que se constrói e deve ser preservada custe o que custar. “Anúncios vendem o que se quer para quem se interessa, mas não estão atrelados à credibilidade – ainda que muitas vezes demonstrem a qualidade de um produto. Quando se diz que uma empresa levou anos para construir seu nome, sua marca, por trás dos bastidores houve um trabalho incessante para que ela se comunicasse com seus vários públicos de interesse com o menor ruído possível e fosse admirada por isso. Portanto, ninguém que está ativo no mercado deveria abrir mão da qualidade e do cuidado com que seu nome é tratado”.
2. Em tempos de crise, aumenta o consumo de notícias. “O consumo de notícias cresceu muito, de forma geral, quando as pessoas passaram a trabalhar e ficar mais tempo dentro de casa. As pessoas não só estão mais antenadas com o que está acontecendo globalmente, como também estão mais engajadas e voltadas para as notícias locais. Até aquelas faixas etárias que consumiam pouca notícia passaram a reforçar as estatísticas. Outro dado que chama atenção é o aumento do consumo de internet. As pessoas leem, se comunicam, estudam, participam de reuniões, lives, veem filmes, shows etc. Apesar de ainda não termos dados consolidados no Brasil, o comportamento das pessoas segue um padrão”.
3. Estar na mídia de forma positiva, levando informação de qualidade, é um modo muito proativo de combater mensagens oportunistas e fake news. “Além de se manter do lado do seu público-alvo, compreendendo suas dúvidas, ansiedades e necessidades, o relacionamento que se estabelece entre a marca e seus admiradores jamais deveria ser relativizado ou interrompido. Ninguém deixa uma amizade acabar porque o mundo atravessa uma crise”.
4. O trabalho de uma assessoria de imprensa dinamiza os relacionamentos. “Quando se estudam os diversos públicos de interesse de uma empresa ou instituição, sejam clientes internos e externos, sejam fornecedores, parceiros, enfim, o sucesso está definitivamente vinculado à forma como se dá a comunicação entre a marca e esses componentes. O papel do assessor de imprensa é justamente compreender quem são esses públicos e de que forma a empresa deve se comunicar com eles para estabelecer uma relação de confiança, aumentar sua credibilidade e engajamento, e atingir seus objetivos – o que no médio prazo também envolve aumentar as vendas, atrair mais pacientes a clínicas ou novos associados a organizações de classe, mais alunos a escolas etc.”.
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