Ciberataques estão em alta na pandemia – e não devem diminuir tão cedo
26/4/2021 –
As ferramentas digitais se tornaram fundamentais em períodos de pandemia, mas com o aumento no uso do digital, aumentaram também os casos de ataques de hackers.
A pandemia de covid-19 obrigou mudanças no comportamento das pessoas. Velhos hábitos como a confraternização com os amigos deram lugar a novos hábitos que preconizam higienização constante, uso de máscaras e distanciamento social. As transformações, contudo, não podem ficar restritas apenas ao “mundo real”. Com as vidas assumindo ferramentas digitais em diversos momentos do dia a dia, é preciso também adotar novas regras de convivência e, principalmente, de proteção nesses canais. Os ciberataques cresceram de forma significativa com a pandemia e, ao que tudo indica, continuarão em alta nos próximos meses e anos.
Ataques cibernéticos custam muito aos negócios e, atualmente, podem custar vidas. Em 2021, por exemplo, devem causar um prejuízo de US$ 6 trilhões à economia global, segundo o relatório Cybersecurity – Fighting Invisible Threats, do banco suíço Julius Baer – são US$ 7 milhões apenas no Brasil, de acordo com a plataforma Statista. Não bastasse isso, em 2020 os cibercriminosos voltaram suas atenções a hospitais e empresas ligadas à saúde, justamente no momento em que essas organizações voltavam suas atenções ao enfrentamento da pandemia que assustou o mundo. Segundo relatório da IBM, as tentativas de ataque à infraestrutura tecnológica do setor mais do que dobraram no último ano.
A explicação para esse aumento dos crimes digitais tem uma explicação simples e outra mais complexa. A primeira, evidentemente, está relacionada à crescente utilização das ferramentas tecnológicas em meio ao avanço do novo coronavírus. Com a necessidade de manter o isolamento social, as pessoas estão mais dependentes do que nunca das soluções de TI e da internet. Do show “ao vivo” do artista preferido em lives nas redes sociais aos dispositivos necessários para o trabalho remoto, o tempo conectado é maior. Consequentemente, a exposição aos hackers aumentou, e eles esperam apenas uma oportunidade para roubarem informações sigilosas e valiosas.
A maior presença digital ajuda, mas há outro fator preponderante que explica esse crescimento: as pessoas e organizações não conseguem responder e reagir rapidamente a esses ataques – o que causa a impressão de que os cibercriminosos estão um passo à frente das soluções de segurança. Uma das principais medidas nesse sentido é a adoção de políticas claras de identificação, monitoramento e resposta a cada tentativa de ataque que os equipamentos da empresa sofrerem. Essa prática cria uma rotina de segurança em todos os processos. Além disso, seria importante que empresas compartilhassem informações dos ataques sofridos, permitindo maior compreensão sobre técnicas utilizadas pelos cibercriminosos caso tentem atacar novamente.
Essas são etapas fundamentais, claro, mas não impedem que a organização e os próprios usuários busquem soluções tecnológicas para protegerem suas informações digitais. Quanto mais camadas de segurança houver nos processos, menor o risco de uma tentativa de ataque no futuro. Uma solução em alta no ambiente corporativo é a utilização de VPN (sigla inglesa para rede privada virtual). Esse recurso garante maior proteção ao tráfego de dados na internet, encriptando o caminho dessas informações. Em suma: a VPN “esconde” a navegação dos hackers, possibilitando a troca de dados sigilosos e privados entre dois sistemas, como as plataformas de trabalho remoto.
Da mesma forma que as pessoas se previnem no mundo off-line, escondendo informações e protegendo suas transações, é preciso adotar as mesmas medidas no ambiente on-line. A digitalização pela qual todos passaram a partir de 2020 é caminho sem volta. A partir de agora, as soluções digitais passarão a fazer parte de mais momentos nas vidas das pessoas. Existem vantagens, evidentemente, mas também desafios – e a segurança das informações certamente é um deles. Ou seja, os crimes cibernéticos continuarão em alta nos próximos meses e anos até que a rotina mude e seja capaz de neutralizar esse risco. Até lá, conte com o apoio de soluções tecnológicas para preservar a vida digital.
Marijus Briedisd é CTO da NordVPN.