Aprender, desaprender e reaprender: o processo de atualização profissional
12/4/2021 – Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever e, sim, aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender.
A capacidade de aprender, desaprender e reaprender as coisas ao longo da vida é uma habilidade natural no ser humano. Mas o que o aprendizado contínuo tem a contribuir com a vida profissional?
Em 2020 a taxa de desemprego bateu recordes em 20 estados no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até a última semana de fevereiro a taxa era de 13,5%.
Diante deste cenário, os profissionais tendem a se movimentar e procurar formas para se destacar no mercado de trabalho. Um desses movimentos é a atualização profissional.
A atualização profissional diz respeito à constante busca pelo conhecimento, por meio do desenvolvimento contínuo de habilidades, da aprendizagem de ferramentas e de novas maneiras de fazer e aplicar no dia a dia de trabalho.
Segundo dados divulgados pelo Sistema Fiesp, o Brasil teve recorde de oferta e de procura de vagas. Atualmente existem mais de 13 mil vagas abertas em cursos de qualificação profissional.
De uns tempos para cá, o processo de buscar a atualização profissional está mudando. “(…) Há algum tempo, isso começou a mudar. A velocidade com que as coisas acontecem no mundo de hoje é proporcionalmente muito maior do que era no passado”, comenta Renato Vieira, professor da Faculdade Phorte e especialista em Marketing e Comunicação.
A mudança rápida na tecnologia, os processos que alimentam as empresas e as relações de modo geral e a maneira de fazer e aplicar processos e ferramentas em nosso dia a dia são fatores que auxiliaram nessa transformação. Por isso, para fugir da desatualização, é necessário ter uma visão ampla e saber agir com muita rapidez, segundo o professor Vieira.
Como fazer atualização profissional nos dias atuais?
Algumas habilidades podem ser usadas como preparação para o futuro do mercado de trabalho. Essas são as seguintes habilidades destacadas pelo professor Renato:
- Ter autonomia, mas saber atuar em grupo: deve-se saber agir de forma autônoma, mas lembrando que pessoas são interdependentes, ou seja, precisam também trabalhar em equipe. Essas são duas habilidades que o mercado de trabalho procura nos profissionais.
- Estar preparado para interagir de forma intensa com o mundo: não se deve agir como se a vida fosse uma caixa de surpresa, ou seja, como se as coisas simplesmente surgissem de surpresa, e a partir daí a resposta fosse uma atitude reativa diante delas. Não é preciso exatamente viver com o susto ou ter apreensões; muito pelo contrário. Basta apenas olhar com mais cuidado o mundo à volta, as situações que acontecem, as mudanças que são propostas; e essa interação com a realidade faz a aproximação entre aquilo que já é, a própria maneira de ver e pensar, e a sociedade como um todo.
- Pensar e agir de forma criativa, adaptável e flexível: essa interdependência com pessoas, grupos e processos leva as pessoas a uma comunicação na qual diferentes pontos de vista se encontram de maneira muito difusa. Por isso, deve-se abrir os ouvidos e os olhos para as diferentes perspectivas, a fim de fazer florescer a criatividade e enxergar algo novo que possa ser incorporado ao que já é feito.
O professor Renato destaca que: “O indivíduo colaborativo simplesmente coloca diferentes parceiros no processo de sua área de atuação. Nessa interatividade, novos parceiros vão se encaixando de forma que o processo vai fluindo de maneira tranquila, mas, acima de tudo, que não fique parado. E que se permita sempre uma dose de negociação, tolerância e adaptação.”
A importância dos novos conhecimentos para a atualização profissional
Quando se fala de novos conhecimentos, isso não se refere apenas ao domínio de novas tecnologias – que são, evidentemente, muito importantes. O que é destacado agora são aspectos pessoais que permitem o indivíduo a evoluir e, acima de tudo, estar aberto ao imenso mundo das possibilidades pessoais e profissionais que estão à frente.
Ao verificar esse importante aspecto para o crescimento, surge a pergunta: o que cada um quer ou gostaria de aprender? Essa é uma questão interessante que sempre deve ser feita na hora de fazer a atualização profissional. A curiosidade, quando incorporada ao dia a dia como um método, proporciona a descoberta, e se empregada com autonomia e liberdade, ela também impulsiona a criatividade e a capacidade de inovar.
Diante de tantas mudanças locais e globais, é possível se perguntar: as pessoas estão preparadas e com conhecimento para interagir com esse mundo? Para isso, destaca-se uma frase do escritor Alvin Toffler, chamado de futurólogo em seu tempo, como uma síntese deste assunto:
“Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, e sim aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender.”
Dessa forma, conclui o professor Renato, os profissionais terão cada vez mais que se estimular para aprender, desaprender e reaprender, levando isso como um processo contínuo. Pensar nisso e investir em uma formação pode ser um grande passo para a permanência no mercado de trabalho, objetivando sair da zona de conforto e abrir novos caminhos do conhecimento.
O podcast do professor Renato Vieira, Phorte Mercado, está disponível gratuitamente no Spotify e no site da Faculdade Phorte.
Website: https://www.faculdadephorte.edu.br/