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13/08/2021

Niterói ganha serviço de cirurgia robótica

Niterói ganha serviço de cirurgia robótica

Niterói – RJ 13/8/2021 –

Chegada da cirurgia robótica à cidade amplia acesso a tratamento com mais precisão, recuperação mais rápida e menor tempo de hospitalização

Quatro braços metálicos com a robustez de um equipamento que mede cerca de dois metros de altura, mas é capaz de executar movimentos precisos e milimétricos durante procedimentos cirúrgicos. O avanço das cirurgias robóticas chegou à cidade de Niterói com a inauguração do Serviço de Cirurgia Robótica e a realização da primeira intervenção assistida por robô já está agendada no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil.

Depois da modernização do seu centro cirúrgico e parque tecnológico, o hospital é o primeiro da região Norte-Leste Fluminense a oferecer cirurgias robóticas, e a novidade amplia o acesso a procedimentos minimamente invasivos, principalmente para processos oncológicos, bariátricos, urológicos e ginecológicos.

O dr. Felipe Lott, cirurgião urológico e coordenador do Serviço de Cirurgia Robótica do CHN, explica os benefícios dessa tecnologia para os pacientes: “A cirurgia robótica reduz o tempo cirúrgico, o que, como consequência, diminui o risco de complicações e efeitos colaterais. E por ser menos invasivo, o procedimento causa menos traumas no paciente, menos dor pós-operatória e, por conseguinte, menor tempo de recuperação e internação.”

O equipamento disponível no CHN é o modelo Da Vinci – controlado pelo cirurgião por meio de um console –, que reproduz fielmente os movimentos comandados pelo médico. O robô faz incisões de cerca de 10 mm e movimentos milimétricos com os quatro braços que possui. Em um deles está acoplada uma câmera que proporciona uma visão tridimensional dos órgãos, já que amplia em até 15 vezes a imagem com nitidez. Os demais ficam livres para operar com instrumentos como pinça, tesoura e porta-agulhas.

Além disso, o aparelho possui tecnologia que aprimora a técnica cirúrgica, como a pinça selante robótica e o sistema FireFly Fluorescence. A primeira tem maior capacidade de controlar e coagular vasos sanguíneos maiores, prevenindo, de forma mais eficiente, possíveis hemorragias durante a operação. Já a segunda tecnologia identifica, de modo preciso, por meio de uma luz fluorescente, estruturas como tumores em órgãos sólidos e áreas mais vascularizadas, o que permite, por exemplo, anastomoses (corresponde a uma conexão entre duas partes do corpo humano) com mais segurança.

Segundo o dr. Felipe Lott, os braços mecânicos oferecem graus de precisão e liberdade de movimento muito maiores se comparados com as pinças da técnica cirúrgica tradicional de laparoscopia. “O método robótico dá mais segurança e exatidão, pois alcança regiões que a mão humana não consegue atingir, além de oferecer mais conforto e ergonomia para o médico que opera. Mas o robô não substitui as mãos habilidosas dos cirurgiões, pelo contrário, agrega e potencializa o conhecimento que eles já têm”, afirma.

Para executar uma cirurgia robótica, é necessário que os médicos façam aulas, treinamentos com simuladores e realizem um mínimo de 10 cirurgias robóticas acompanhadas de um proctor (instrutor) de sua especialidade. “Numa analogia, eu diria que é similar a um piloto de avião, que precisa passar por horas de simulação até iniciar o voo como piloto principal”, comparou o dr. Eduardo Duarte, coordenador do Centro Cirúrgico do CHN.

Cerca de 50 cirurgiões foram treinados e certificados pelo hospital, que iniciou o trabalho e o investimento em 2019. Mais uma vez, o CHN é responsável por trazer para Niterói mais segurança e inovação para a área da saúde. “Com a cirurgia robótica, atingimos um patamar tecnológico superior, quebramos paradigmas saindo das modalidades de cirurgia aberta, passando pela videocirurgia até chegarmos na tecnologia robótica que oferece ainda mais qualidade para a população da região Norte-Leste Fluminense”, completou o diretor-geral do hospital o dr. Marcus Vinícius Ribeiro de Souza Martins.