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22/12/2021

Tendências para o transporte rodoviário de cargas em 2022

Tendências para o transporte rodoviário de cargas em 2022

22/12/2021 –

Além de tecnologias, o contato direto com o consumidor final é um ponto pertinente para o próximo ano no setor

De acordo com o Radar CNT do Transporte, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresceu 3,6% em volume de serviços no primeiro trimestre de 2021. O número é válido quando em comparação com o mesmo período do ano anterior, a partir de indicadores apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento das atividades é reflexo da grande movimentação que o segmento obteve desde o início da pandemia, principalmente quando o boom do e-commerce impôs uma rápida adaptação do mercado para atender à alta demanda.

Por possuir mais de 65% de atuação em toda carga entregue no país, o transporte rodoviário de cargas tem papel fundamental no desenvolvimento da economia e, mesmo diante de desafios gerados pelos momentos de crise, se manteve revolucionando a área para expandir junto às inovações dos negócios. A maior parte disso aconteceu devido à implementação de recursos tecnológicos que se tornaram peças-chaves no dia a dia das atividades e ponto crucial perante a concorrência.

Diante disso, é possível analisar as tendências que seguirão e que se manterão cada vez mais firmes no campo de atuação do transporte rodoviário de cargas nos próximos anos. Assim, é possível traçar estratégias eficientes para começar um novo período com melhor planejamento, com metas estabelecidas, com preparo e com treinamento das equipes.

Para Rodrigo Mezzomo, head de projetos do Grupo Scapini, 2022 terá uma tendência voltada para o consumidor final. “Acredito que as empresas estarão mais focadas em operações de last mile e em operações dedicadas que façam com que a qualidade do serviço prevaleça perante todo o processo que tem sido realizado dentro da cadeia logística. Vão predominar a ligação direta que teremos com o consumidor final e a experiência junto à transportadora”.

De acordo com o relatório Ebit | Nielsen, o consumo on-line no Brasil bateu recorde de vendas no primeiro semestre de 2021, alcançando R$ 53,4 bilhões, número referente a um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda, essa etapa final da logística possui grande custo, sendo responsável por algo em torno de 30% a 50% dos gastos com envio.

Além disso, a forte presença das tecnologias continuará permitindo que as atividades do setor continuem em expansão, aderindo cada vez mais a inovações como cliente omnichannel, que se refere a uma maneira de englobar lojas físicas, virtuais e consumidores; automatização e digitalização de processos, com o avanço da conectividade e da inteligência artificial; ampliação de frota, com veículos mais modernos e otimizados; e investimento em capacitação, para que profissionais mais habilitados possam aderir às atualidades do mercado.

“As tecnologias, sem dúvidas, se manterão muito presentes como peças-chaves no setor. Não utilizar essas ferramentas é ficar para trás e não progredir no negócio. No entanto, a eficiência e a qualidade do serviço também afetam a posição de destaque das transportadoras. Se a empresa possuir boa competência de entrega, em que é possível entregar a carga de forma segura, intacta e dentro do prazo, ela é capaz de seguir firme no mercado. Hoje, como os embarcadores e as indústrias trabalham com o estoque muito reduzido, qualquer falha na reposição, na movimentação desses estoques ou na transportadora vai resultar em uma falta do produto ao consumidor final”, complementa Rodrigo.

Outra questão que continuará presente no transporte rodoviário de cargas é a preparação constante e a atenção às movimentações do alto custo do diesel. O aumento de 65% no litro do combustível desde o início do ano gera grande preocupação para a população e para as empresas que dependem desse abastecimento para movimentar seus produtos, mas que ainda encontrarão os reflexos desse impacto pelos próximos meses.
Para Mezzomo, “quando há aumentos sucessivos, o repasse desse crescimento e a tarifa do frete muitas vezes não acontece de forma instantânea, então a empresa precisa arcar por um período com o aumento desses custos. Com isso, um desafio para 2022 é fazer com que possamos suportar esse acréscimo do diesel para, assim, se manter na área com a mesma qualidade com a qual vimos atuando”.