Especialista revela os cinco pilares do ecossistema interno da inovação
São Paulo, SP 14/6/2022 – A inovação bem-sucedida requer mais do que apenas transformação de processos. Ela exige que todo o ecossistema interno esteja sintonizado no mesmo canal.
De acordo com Rodrigo Miranda, diretor de operações da consultoria G.A.C. Brasil, descobrir se há bloqueadores do ecossistema interno que estejam impedindo a empresa de atingir suas metas de crescimento é uma das iniciativas mais importantes para a saúde dos negócios.
Inovação é palavra de ordem em muitas empresas engajadas em um crescimento sustentável e sustentado. Inovar é gerar valor para o negócio por meio de um novo produto, processo ou serviço. Ou seja, se a novidade não gerar benefícios para a empresa, não é inovação. É possível inovar, também, modelos de negócios. Isso faz com que as empresas tenham mais a oferecer a seus clientes e colaboradores, se tornem mais competitivas e até mesmo procurem pagar melhores salários.
Governos e empresas que adotam políticas de inovação conseguem impulsionar o crescimento econômico e movimentar o mercado de forma mais assertiva. Por isso, muitos líderes se dão conta da necessidade de desenvolver programas de inovação (ecossistemas internos) para que o crescimento ocorra em bases sólidas.
De acordo com o consultor Rodrigo Miranda, diretor de operações da G.A.C. Brasil, cada um dos elementos de inovação precisa trabalhar em sincronia com os demais, sendo que os cinco principais pilares são: liderança, estratégia, cultura, gestão e processos. A gestão ideal consegue identificar se há algum desses pilares atrapalhando o progresso e o resultado do ecossistema, propondo melhorias e mudanças. “Grosso modo, podemos imaginar uma orquestra. Se há algum instrumento tocando num tempo diferente dos demais, o resultado será todo comprometido”, diz o consultor.
Para Miranda, identificar bloqueadores na cultura organizacional é fundamental, já que, se isso não acontecer, todo investimento em desenvolvimento de capacidades será dinheiro desperdiçado. “Outro ponto importante é assegurar que haja um perfeito alinhamento entre a estratégia da inovação e a estratégia da empresa – ou seja, que a música que está sendo executada pela orquestra esteja inserida na programação do concerto”.
Quando o assunto é inovação, quanto mais claro estiver o ponto de partida e o objetivo final, tanto mais fácil será definir um roteiro para se desenvolver um ecossistema interno colaborativo. De outro modo, sem essa maturidade, o ambiente estará repleto de suposições que só fazem atrapalhar ativamente o desenvolvimento. Uma grande limitação, por exemplo, é restringir a sugestão de ideias a um estrato mais sênior da empresa. Isso certamente reduz o número de ideias submetidas e, consequentemente, tem impacto negativo no crescimento de médio prazo.
“Uma prática muito recomendada é a criação de um programa interno de ideias, em que a empresa recebe contribuições de todos aqueles que tiverem sugestões de inovações, sejam para melhorias ou desenvolvimento de produtos, serviços, processos e até mesmo do modelo de negócio da empresa”, diz o especialista. “Sem restrições”.
Com relação à maturidade de cada elemento que compõe uma estratégia de inovação, é importante reforçar que, mais importante do que apenas se definirem métricas e indicadores, é preciso entender com clareza “o que” se pretende acompanhar, para que seja possível avaliar o que realmente está acontecendo.
Segundo o executivo, existe uma interação complexa entre os cinco pilares do programa de inovação, sendo que o que une essas vertentes são os direcionadores do plano estratégico. “A correta mensuração e avaliação dos resultados contribui para se desenvolver um planejamento de inovação maduro que, quando usado corretamente, pode informar e guiar a empresa durante seu crescimento”.
A melhor maneira de avaliar a maturidade e as necessidades de um ecossistema é aplicar uma pesquisa com perguntas de múltipla escolha direcionadas a cada um dos cinco pilares, de forma a permitir uma comparação estatística da percepção de toda a companhia. “Para se atingir precisão estatística, o questionário deve ser distribuído vertical e horizontalmente por toda a organização, abrangendo o maior número possível de colaboradores envolvidos, direta ou indiretamente, com a inovação”, diz o consultor.
O objetivo principal é avaliar o estado atual do ecossistema interno, cultura de inovação, e entender os fatores limitantes ou bloqueadores da inovação na empresa. Na sequência, por exemplo, é possível definir se há necessidade de desenvolver melhor as lideranças, se é urgente uma transformação cultural dentro da organização, ou ainda se é preciso trabalhar mais na melhoria de processos, entre outras ações possíveis.
“A inovação bem-sucedida requer mais do que apenas transformação de processos. Ela exige que todo o ecossistema interno esteja sintonizado no mesmo canal e esteja preparado para enfrentar os desafios de hoje e as oportunidades de amanhã”, afirma o executivo – chamando atenção para o fato de que ações para melhorar qualquer ecossistema interno não devem ser tomadas até que a situação atual seja totalmente compreendida. “Quando não se tem a exata noção do que está acontecendo, corre-se o risco de não atacar o problema real – que muitas vezes não é claro e visível para todos na organização, até mesmo para a alta liderança”.
Vale ressaltar que a análise do ecossistema interno precisa ter o apoio irrestrito da equipe executiva para descobrir os bloqueadores de inovação que estão impedindo a empresa de atingir suas metas de crescimento. A partir desse ponto o caminho estará livre para as mudanças necessárias.
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