Brasileira faz trabalho voluntário de ensino de português nos EUA
27/6/2022 – Dou aulas voluntárias para filhos de brasileiros naturalizados americanos. Eles nasceram aqui, têm o conhecimento da língua, porém, não são alfabetizados
Cresce percentual de brasileiros com naturalização americana e green card; Lindaura Moreira atua com tradução e ensino de língua portuguesa para os estadunidenses de forma voluntária
O ano de 2021 entrou para a história como o período em que mais brasileiros chegaram mais perto de realizar o chamado “sonho americano’. Segundo balanço realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration junto ao Departamento de Segurança Interna, 12.281 cidadãos receberam a naturalização americana, um aumento de 47,5% em relação ao ano precedente, quando foram 8.323 indivíduos.
Ainda de acordo com os dados, o Brasil ocupou a 15º posição entre os países que mais requisitaram a cidadania dos Estados Unidos atrás de nações como México, Índia, Filipinas, Cuba e China, que ocuparam as primeiras colocações. Além do mais, o Brasil ocupou o oitavo lugar na lista de países que mais receberam green cards no último ano: 17.952 brasileiros obtiveram o documento, que concede o direito de morar e trabalhar por lá de forma permanente. Em relação a 2020, quando foram emitidos 16.746 documentos, o número representa um aumento de 7,2%.
Diante desses indicativos, cresce o contingente de brasileiros que têm filhos longe de sua terra natal e, portanto, com pouco contato com a língua e com a cultura do país. Ao mesmo tempo, essas crianças e adolescentes não têm domínio total da língua inglesa.
Neste cenário, uma revisora e tradutora brasileira passou, recentemente, a desenvolver um trabalho voluntário junto a essas famílias. Lindaura Moreira constatou que ainda é escasso o ensino de língua portuguesa para os estadunidenses, filhos de brasileiros, ou não.
“Dou aulas voluntárias para filhos de brasileiros naturalizados cidadãos americanos, uma atividade que visa melhorar o dia a dia dessas pessoas, ampliando suas oportunidades nos Estados Unidos. Eles nasceram aqui, têm o conhecimento da língua, se comunicam muito bem, porém, não são alfabetizados”, afirma Moreira,
Ela conta que a atuação como revisora e tradutora no Brasil a ajuda a lecionar português para estrangeiros – também de forma voluntária. “Embora sejam atividades distintas, elas [tradução e ensino] acabam se interligando. O trabalho de tradução faz com que eu abra mais o leque de vocabulários e isso vai enriquecendo o meu léxico, que é o conjunto de palavras que as pessoas de uma determinada língua têm à sua disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito”, explica.
Levando em consideração que os Estados Unidos está entre os principais parceiros comerciais do Brasil, ficando em segundo lugar no ranking de Exportações Brasileiras, a especialista finaliza, “essa boa relação comercial entre os países faz com que se torne ainda mais vantajoso falar inglês e impacta também no interesse dos estrangeiros em aprender a nossa língua”.
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