Qual a importância das soft skills para a carreira profissional?
15/8/2022 – Quanto mais positivamente o profissional consegue lidar com situações ambientais e psicológicas, maiores são suas soft skills
Mercado de trabalho competitivo desafia os brasileiros que procuram emprego; empresário explica por que profissionais e empresas devem investir em habilidades comportamentais
Em um cenário em que a soma de desempregados no Brasil ultrapassou 10,6 milhões de pessoas, e a taxa de desocupação girou em torno de 9,8% no trimestre encerrado em maio, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os brasileiros têm de buscar por uma oportunidade em um mercado de trabalho competitivo.
Diante de um cenário desafiador, investir em competências comportamentais – como soft skills – pode somar aos atributos necessários para conquistar a “tão sonhada vaga”. É o que afirma Marcelo Menezes, cofundador da Lean Solutions, empresa que oferece treinamentos corporativos e transformação digital.
Ele conta que o termo soft skills, via de regra, anda junto com hard skills, e ambos são utilizados por profissionais de RH (Recursos Humanos) para identificar características específicas de um profissional.
“As hard skills são habilidades técnicas e, de modo geral, são facilmente mensuráveis e possíveis de desenvolver por meio de treinamentos e cursos, por exemplo”, explica. “Durante muito tempo, essa competência foi a principal e mais relevante profissionalmente, mas esse cenário tem se transformado e, atualmente, as soft skills aparecem com muito mais relevância e destaque”, completa.
O empresário destaca que as soft skills, por sua vez, dizem respeito a habilidades comportamentais relacionadas à maneira como uma pessoa lida com o outro, ou seja, como funciona a sua interação em grupos e, ao mesmo tempo, como ela lida com suas próprias emoções. “Quanto mais positivamente o profissional consegue lidar com essas situações ambientais e psicológicas, maiores são suas soft skills”.
Profissionais e empresas devem investir em habilidades comportamentais
Menezes afirma que há algumas habilidades que devem ser desenvolvidas por pessoas que buscam ter êxito no âmbito profissional. Isso porque as soft skills indicam ao recrutador de que maneira o profissional lida com os desafios do dia a dia.
“De acordo com a pesquisa do CarrerBuilder, as dez habilidades pessoais mais procuradas pelas organizações são: princípios éticos; confiança, atitude positiva, motivação, trabalho em equipe, organização e gestão do tempo, capacidade de trabalhar sob pressão, comunicação, flexibilidade e segurança”, reporta.
O cofundador da Lean Solutions afirma que, para as empresas, também é fundamental investir no desenvolvimento das soft skills dos colaboradores. “As habilidades podem ser aplicadas tanto no ambiente de trabalho quanto à distância, cobrindo cada aspecto do aprendizado e tornando-o mais dinâmico e eficiente”.
Para Menezes, as empresas que buscam investir no desenvolvimento de seus profissionais devem considerar investir em e-learning, o plano de desenvolvimento individual, além de palestras e workshops.
“A iniciativa de líderes inspiradores, que apostam no aperfeiçoamento das habilidades de seus liderados, pode ser um fator determinante para que os colaboradores trabalhem motivados e alcancem o desempenho esperado pela organização”, articula.
Com efeito, um a cada três líderes das 100 melhores empresas para trabalhar apontadas pela FIA (Fundação Instituto de Administração) tem o perfil conhecido como inspirador, conforme o estudo Estilos de Liderança.
Paralelamente, uma pesquisa conduzida pelo Instituto Real Big Data revelou que, em média, 30% dos brasileiros estão insatisfeitos com a profissão exercida atualmente. Entre as principais queixas, os entrevistados mencionaram: desmotivação e falta de realização (31%), ambiente de trabalho estressante e repetitivo (26%), serviço como meio de sobrevivência (26%) e remuneração abaixo do esperado e com poucos benefícios (10%).
Por outro lado, um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, verificou que trabalhadores satisfeitos são até 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e vendem 37% a mais em relação aos colegas insatisfeitos. De outro modo, uma sondagem da consultoria de gestão Bain & Company demonstrou que profissionais desmotivados podem ser 125% menos produtivos do que os colegas que se sentem engajados e inspirados.
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