Brasil se torna o 8º maior gerador de energia solar do mundo
Belo Horizonte, MG 10/4/2023 –
É a primeira vez que o país aparece no Top 10 do ranking mundial que mapeia os países com maior geração de energia solar.
O Brasil acaba de entrar para o ranking dos países que mais geram energia solar no mundo. É o que aponta o levantamento publicado pela Agência Internacional de Energias Renováveis, IRENA. Com o feito inédito, o Brasil ultrapassou países como Holanda e Coreia do Sul e ancora a 8ª posição do estudo.
A China é quem encabeça o ranking, seguida por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Índia, Austrália e Itália. Com 24 GW de potência energética instalada, está o Brasil. Holanda e Coreia do Sul fecham o ranking mundial.
De acordo com Cristiana Nepomuceno, advogada e sócia do Nepomuceno Soares Advogados Associados, a presença do Brasil no ranking é reflexo do grande investimento que o setor tem recebido nos últimos anos. “A energia solar tem sido percebida cada vez mais como uma fonte de energia renovável viável e isso faz com que o mercado entenda seu valor e esteja disposto em investir na geração de energia fotovoltaica”, ressalta.
Em 2022, os investimentos em energia solar cresceram cerca de 50% se comparado ao ano passado. Foram mais de 60 bilhões de reais investidos em sistemas de geração de energia que fizeram com que o Brasil avançasse 5 posições no ranking de maiores geradores de energia solar do mundo. Em 2021, a nação estava fora do Top 10, ficando apenas em 13ª posição.
Segundo Cristiana Nepomuceno, a tendência é que os aportes no setor continuem nos próximos anos: “a expectativa é de investimentos cada vez mais consistentes em telhados solares, tanto em larga escala, para uso empresarial, tanto nas residências, para uso próprio”. A advogada diz ainda que, além do uso doméstico e industrial, a geração de energia solar fomenta outras áreas que visam a proteção do meio ambiente, como o desenvolvimento do hidrogênio verde. Segundo ela, “através das fontes de energia renovável, como a solar, outros objetivos ambientais podem ser atingidos, evitando a emissão de dióxido de carbono (CO2), um dos vilões que provocam o aquecimento global do planeta. O hidrogênio verde, no caso, é produzido a partir do processo de geração de energia solar”.
Hidrogênio Verde
O hidrogênio verde é uma fonte de energia limpa que é produzida a partir de fontes de energias renováveis, como a geração de energia solar. Ele surge da eletrólise da água, ou seja, um processo que utiliza a corrente elétrica para decompor a água (H2O) em hidrogênio (H) e oxigênio (O2). Essa modalidade de produção do hidrogênio é chamada de verde pois não emite carbono, ao contrário do hidrogênio cinza, aquele que vem do vapor do gás natural, da queima do carvão e do petróleo. O hidrogênio, em sua forma “verde”, libera na atmosfera apenas vapor de água, devido seu processo de eletrólise a partir da energia elétrica.
O Brasil é um dos países com maior potencial de produção e exportação do hidrogênio verde, mas ainda não figura entre as primeiras posições das nações que mais fazem uso do gás em sua forma limpa. Atualmente, Arábia Saudita, Alemanha, Austrália, China e Holanda são os maiores produtores da substância. O Chile é o único país da América do Sul que figura entre os maiores produtores e pesquisadores do hidrogênio renovável.
Segundo a advogada ambiental Cristiana Nepomuceno, o hidrogênio verde é conhecido como o combustível do futuro. “O hidrogênio pode mitigar os processos de poluição do meio ambiente e da atmosfera quando falamos de seu uso para geração de energia, já que as formas tradicionais de produção de energia que ainda são utilizadas atualmente são grandes poluentes, como o petróleo, e acabam liberando muito gás carbônico na atmosfera, algo extremamente nocivo ao planeta”.
Apesar de limpo, a produção do hidrogênio verde é cara, o que acaba atrasando a implementação da substância em processos que demandam energia em larga escala. Até o momento, o gás é utilizado pela indústria somente em processos pontuais, já que possui uma grande potência energética (quatro vezes maior do que a da gasolina), mas que ainda demanda maiores investimentos em pesquisa para que seu uso possa ser mais viável.
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