Clipe de banda Abrakadabra causa polêmica na Bahia
Siga-nos no twitter: @sitezipix
O vídeoclipe da atual música de trabalho do grupo: “Tigrão Gostoso” da banda Abrakadabra de Vitória da Conquista – BA repercutiu de forma negativa entre políticos e representantes de associações que defendem os direitos humanos na Bahia. As cenas veiculadas na produção independente, que já tem mais 66 mil visualizações no Youtube, têm sido encaradas como incitadoras ao crime de estupro. Ouça a música o videoclipe foi retirado da rede.
Nota de repúdio
Por conta do videoclipe da banda, Tâmara Terso, da Marcha Mundial das Mulheres, convocou reunião com representantes do grupo na cidade de Vitória da Conquista e juntas com outros representantes de movimentos sociais elaboraram uma carta de repúdio ao clip.
Em nota, a carta de repúdio diz que “o clipe se desenrola de forma a enaltecer a posição do estuprador, colocado como a figura do “tigrão gostoso”, de modo a associar a agressividade à masculinidade. Por outro lado, reforça a imagem da mulher como um ser frágil e submisso, sem autonomia de vontade, sendo explícita a apologia ao estupro durante toda a música, como pode-se perceber nos trechos: “mas eu tô com medo, você vai me machucar” ou “é na hora do pavor que o bicho vai pegar”.
“Nós construímos uma carta junto aos movimentos sociais feministas, negro e outros representantes sobre o conteúdo do clipe e da letra da musica. É uma violência contra a mulher, principalmente uma incitação ao estupro. Não é um crime consumado, mas a letra é uma apologia”, reflete.
Defesa
Em entrevista o empresário da banda Abrakadabra, Diego Pereira, contou que o grupo nunca teve a intenção de incitar ou promover o estupro. Ele acredita que todo produto veiculado na internet corre o risco de ser mal interpretado. “Temos um grande público feminino. Temos mulheres, filhas. Como pensaríamos em uma coisa dessas?”, argumenta.
Pereira defende que o vídeoclipe produzido é uma obra de ficção e que deve ser interpretada como tal. “Nesta semana mesmo houve um cena em uma novela em que um homem bateu em uma mulher. Se eu for assistir, eu vou querer fazer o mesmo? Claro que não”, defende. O empresário acredita que a repercussão negativa está mais relacionada ao preconceito histórico com o estilo musical do grupo – que mescla arrocha, tecnobrega e pagode -, do que com o próprio vídeoclipe.
“Para mostrar que não temos nada a ver com essas críticas, iniciamos nesta semana uma campanha de prevenção à violência contra a mulher. Elas são defendidas em nossos shows”, defende Diego Pereira. Independentemente da repercussão, o empresário conta que tem sido apoiado pelos fãs e que o grupo, inclusive, tem sido convidado para mais shows. Pereira conta que a música que integra o vídeoclipe é um sucesso.
Com informações do G1 BA