CPM 22 de volta: banda conta todos os detalhes do novo trabalho
Após dois anos trabalhando com o disco “Cidade Cinza”, o CPM 22 está na pré-produção de seu próximo álbum, “com mais cara do CPM”, como conta o próprio vocalista, Badauí. Em entrevista para o Portal MTV, a banda disse todos os detalhes do trabalho. Confira!
Como está a pré-produção do disco? Quando vocês gravam?
Badauí – A gente está praticamente finalizando a pré-produção, faltam só mais alguns detalhes aí. A ideia é entrar no estúdio em 1º de junho e acho que o lançamento deve ser em agosto, mais ou menos.
E tem data de lançamento do primeiro single?
Badauí – Não tem data, mas acredito que seja em breve. A gente está só acertando detalhes de gravadora, essas coisas, até para decidir qual será o single. Então, a gente está meio que esclarecendo ainda o que a gente quer em relação a isso. Mas acho que, em um mês mais ou menos, já devemos ter alguma coisa.
Vocês estão há dois anos trabalhando no “Cidade Cinza”. Este novo disco traz alguma referência ou elemento do antigo trabalho?
Badauí – Este disco novo não tem nada a ver com o Cidade Cinza. A gente voltou a afinação para Mi de novo, estávamos usando uma afinação mais baixa, o que já dá uma cara diferente para o disco. Acho que é um álbum um pouco mais para cima, em termos de clima e tal, as letras são bem diferentes também. É o primeiro disco com essa formação, né, só nós quatro. E também a produção, que está nas mãos da banda e do Fê, por enquanto. Não sei como vai ficar isso até a hora da gravação, mas são pessoas diferentes trabalhando.
Luciano – Tem algumas colaborações também na produção. A gente, com o Fernandinho encabeçando, mas o irmão dele, o Daniel Ganjaman, também está ajudando a gente em algumas coisas, o Phil, do Dead Fish, também vai ajudar a gente na gravação. A gente está chamando uma galera que realmente tem a ver com o CPM, não pessoas só de nome. A gente está preocupado em chamar gente que vá somar mesmo e que entenda quais são as nossas influências, o que a gente está a fim de fazer, que não estamos só preocupados com o lado comercial da coisa.
Badauí – Mas também não deixando isso de lado, de alguma maneira. Porque a banda, naturalmente tem um formato que é possível uma gravadora trabalhar. Mas acho que, com essa produção e com esse pessoal que entende do som que a gente faz, a gente está querendo fazer este lado de trampo mesmo, mas com a cara do CPM, que talvez nunca teve. Talvez só no disco independente, na raiz mesmo do som que a gente faz.
No caso, como fica o grupo paralelo Medellin?
Badauí – O Medellin é uma banda independente que, tipo… Eu não falo que é projeto porque não gosto desse lance de projeto. É uma palavra usada aí à toa, sabe? Para mim é outra banda mesmo, é um som que eu faço que não tem nada a ver, muito mais por diversão mesmo. Claro que, em datas livres, a gente faz alguns shows e tudo o mais, mas o CPM é minha vida. Tenho 15 anos de banda, né, estou desde o começo e este é meu trabalho, a banda que eu amo mesmo, apesar de gostar muito do que eu estou fazendo lá. Mas a agenda não choca, de jeito nenhum.
Recentemente, o Japinha e o Badauí realizaram uma Twitcam. Como foi que a galera recebeu isso?
Japinha – Foi legal! Na verdade, a gente fez uma brincadeira para testar. Combinei de almoçar na casa do Badá e a gente ligou a câmera ali e mostrou a funcionária dele servindo as comidas, trocando ideia naturalmente… Tipo um reality show. Aí, começou a subir o número de pessoas. Começamos com 50 e passou pra cem, 200… A hora que a gente foi dar uma volta pela casa dele, subiu para 500. A gente ficou impressionado! Acabou sendo bem positivo, porque conversamos com gente do Brasil inteiro. Gente de fora também, querendo saber coisas da banda. Então, foi uma experiência engraçada e interessante que a gente, de vez em quando, pode fazer para aproximar mais o fã.
E vocês utilizam bastante canais como esse para o contato direto com os fãs?
Japinha – Desde que a internet começou a ser mais usada, o CPM já fez o site e começou a disponibilizar coisas como foto e até MP3, na época da música independente… Hoje, a gente usa esses recursos sim, fotolog, myspace, twitter e o próprio site… Estamos sempre atualizando, colocando informações dos shows, às vezes, tem coisas mais interativas.
Para finalizar, vocês pensam em disponibilizar o novo disco na internet?
Badauí – Não dá para pensarmos nisso ainda por causa do lance de gravadora. Ainda estamos nessa conversa para ver se fechamos mesmo… Temos boas gravadoras interessadas aí, que sabe do potencial da banda, que valoriza ela na essência e que está a fim de apostar. Estamos finalizando repertório para mostrar, aquela coisa toda. Hoje em dia é legal disponibilizar uma ou outra música, mas o disco inteiro, eu acredito que mesmo sem vender tanto é legal você ter o disco físico ali, mesmo que seja algo simbólico. Mas depois que ele sair, fatalmente vai estar na internet.
Luciano – Vai ser inevitável isso. Foi o que ele falou, faz parte, né. Concordando ou não, hoje em dia, qualquer um consegue pegar música de graça na internet. Então, você lutar contra é bem difícil. Então, só tem que definir como vai ser, se lança uma por semana, para depois lançar todas, aí precisa de uma gravadora que dê a opinião de como fazer isso, que direcione. O mais importante é que estamos com o disco pronto. No começo do ano, não tínhamos nada, e a produção foi bem rápida.
Badauí – Mas é legal que, pô, este disco tem a cara do CPM, como sempre, mas nesta formação aqui, a gente meio que se reinventou. Viemos com bastante música e letra, a gente fez bastante coisa junto aí também. Encontramos um caminho diferente de compor em cima das influências que a gente tem e nunca tinha usado, sabe? Por isso que eu falo que não tem nada a ver com o Cidade Cinza, apesar de estar no mesmo contexto de influências.