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11/02/2010

Gravadora veta livro de fã da dupla “Victor & Leo”

Gravadora veta livro de fã da dupla “Victor & Leo”

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Sarom de Oliveira Durães passou dois anos escrevendo um livro sobre amor, simplicidade e superação, inspirado na canção “Deus e Eu no Sertão”, da dupla Victor & Leo. Em novembro do ano passado, realizou o sonho de conhecer os músicos e aproveitou para lhes entregar uma cópia de sua obra. Foi aí que Victor –autor das quatro canções citadas do livro– disse que a publicação só seria possível com a autorização da gravadora. Sarom entrou em contato com a Sony, mas o pedido foi negado.

“Quando comecei a escrever, eu não sabia que precisava de autorização, eu tinha apenas 15 anos, fiz com todo o carinho mesmo”, conta o fã, que diz ter produzido o livro em homenagem a Victor, Leo e dois tios que já morreram.

ENQUETE: Você concorda com o veto da Sony?

De acordo com Sarom, o livro não é uma biografia da dupla, e as músicas só aparecem porque serviram de inspiração. “A história fala de um jovem rico, que era mimado e usava drogas, mas que foi obrigado a morar no sítio do avô. Lá, ele conhece a simplicidade e muda totalmente de vida.”

Para explicar a não aprovação, a Sony diz que há pouco tempo foi lançado um livro com o mesmo título, “Deus e Eu no Sertão”, com ilustrações de Carlinhos Müller, e que a dupla já está com muitos outros projetos, mas que não houve nenhuma razão “mais forte” para o veto.

No Orkut, os fãs dos músicos sertanejos demonstram total apoio à publicação do livro de Sarom, já que acompanharam todo o processo de produção. Só na comunidade criada especialmente pra o livro, participam, atualmente, mais de 800 pessoas.

Abaixo, veja um trecho do livro que mostra o momento em que o personagem principal, João, percebe a importância da simplicidade e começa a mudar de vida.

*

“… Ele parou, deitou-se no chão enquanto o clima ia se acalmando e seus pensamentos voltavam para o lugar. Foi quando João começou a pensar na vida, nos erros que já havia cometido, e fechou os olhos por alguns segundos, ouvindo o barulho das árvores balançando com o fim da tarde… Mas ao abrir os olhos, nem acreditou…

Estava de frente a uma das imagens mais lindas que ele já tinha visto em sua vida, o pôr-do-sol. O barulho do balanço das árvores fazia parecer que estavam comemorando aquilo tudo, quando ele se lembrou do primeiro dia do ano, de uma imagem semelhante àquela que estava vendo agora, o nascer do sol, e descobriu que esse já não havia sido apenas um sonho. Era verdade mesmo. Era lindo e inexplicável… João, com os olhos cheios de lágrimas, só olhava, sem pensar em nada. Era como se, em questão de segundos, tudo tivesse sido apagado de sua memória. Por mais que fosse só por aquele momento, ele não queria saber de nada, não queria pensar em nada, queria apenas contemplar aquele momento, que ele já havia visto milhares de vezes, mas nunca tivera realmente sentido, o verdadeiro significado daquilo tudo…

Um simples pôr-do-sol, que mudou tudo na vida de João. Que o fez entender o verdadeiro significado da simplicidade da vida… O pôr-do-sol que apagou tudo de sua memória: trabalho, tristezas, drogas, desilusões, mentira, enfim, a parte ruim de seu passado. E ao perceber que seu coração havia sido tocado pela simplicidade, João viu que poderia levar sua vida de outra forma, mais simples, e muito feliz. Ele viu que muitas vezes a gente não se dá conta de que a felicidade está bem na nossa frente, basta apenas aceitá-la. Ele viu que a felicidade não estava no dinheiro, não estava nas mansões, muito menos nas drogas. Ele viu que a felicidade estava na palavra que mudou sua vida, e que também poderia mudar a vida de todas as pessoas: a simplicidade…”